terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Leitura Recomendada 07/01/2014: "A Batalha do Apocalipse" de Eduardo Spohr

Li e recomendo o livro do autor brasileiro de literatura fantástica, Eduardo Spohr. Avalio seu livro, “A Batalha do Apocalipse” com nota 9, considerando-o ótimo! Avaliação completa e resumo abaixo:



Título: A Batalha do Apocalipse: Da queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo
Autor: Eduardo Spohr
Tradutor: Nacional
Gênero: Ficção Fantástica Brasileira
Bibliografia: A Batalha do Apocalipse: da queda dos anjos ao crepúsculo do mundo / Eduardo Spohr; [sem tradução] – 44ª ed.– Campinas/SP: Verus, 2013.
Resumo: No início do universo existiam deuses das trevas e Yahweh, o deus da luz. Yahweh criou então os arcanjos e entrou em disputa contra os deuses das trevas, vencendo-os. Depois sozinho no universo criou os outros anjos e por fim a existência humana em 6 eras denominadas simbolicamente por dias. Quando começou a última era, chamada 7º dia, Deus entrou em sono profundo e permanece até os dias atuais, sendo que quando ele acordar acontecerá o Apocalipse. Durante o seu descanso, quem fica no comando é o Arcanjo Miguel. Entretanto, Miguel é um líder tirano e invejoso aos humanos, uma vez que Deus forneceu o livre-arbítrio e alma para eles, e para os anjos não. Sendo assim, o chamado príncipe dos anjos em vários momentos do passado tentou destruir completamente a raça humana, como por exemplo, durante o dilúvio onde somente se salva Noé e sua família.
Nesse governar tirânico de Miguel houve duas revoltas. A primeira por anjos que não aceitavam mais os massacres ordenados contra a raça humana. Esses anjos foram derrotados e condenados a vagar pela terra até o fim dos dias. O líder desses renegados se chama Ablon e eles foram traídos pelo arcanjo Lúcifer. A segunda revolta foi por Lúcifer que almejava destronar Miguel e assumir sua posição, ele escondeu suas reais intenções por detrás de palavras que diziam querer salvar os humanos da tirania de seu irmão. Derrotado o Diabo foi mandado para o Sheol, inferno, com os anjos que o auxiliaram em sua rebelião.
Aí realmente começa a história. Ablon é o personagem principal, loiro e forte, general das tropas de anjos renegados que foram banidas do céu. O tempo presente é alguns anos na frente do nosso, não revelado, o protagonista é o único renegado que sobrou. Durante o livro somos convidados a conhecer a trajetória de Ablon até os dias atuais. Como na época da Babilônia em que enfrentou o rei Nimrod pelo assassínio da renegada Ishtar e destruiu a Torre de Babel. Ablon conhece a feiticeira Shamira, a salva do monarca e seu mago.
Outro momento é Ablon na China, que é convidado por um ofanin chamado Nathanael a viajar a Jerusalém para proteger o Salvador que irá nascer. Durante a viagem Ablon é envenenado por deuses pequenos do Oriente a mando do mago da época da Babilônia. Assim o general descobre que ele está matando e roubando os conhecimentos de vários mestres da magia. Temendo pela vida de sua amiga Shamira, que ainda sobrevive nesses dias, pois absorve a energia de entidades ruins do plano espiritual, Ablon parte para Roma para salvar a feiticeira de En-Dor. Depois de muitas aventuras, até mesmo lutar conta Anjas enviadas de Miguel, Ablon encontra a feiticeira. No entanto ele está muito debilitado e Shamira consegue se defender bem, derrotando Zamir, o mago ruim, com os espíritos de suas vítimas do passado que construíram a Torre de Babel. Ablon dorme por trinta anos para conseguir se recuperar do efeito do veneno em seu corpo. Quando acorda parte para Jerusalém e descobre que o Salvador está sendo morto. Decide ajudar como missão que outrora aceitara, porém, acaba impelido pelo Arcanjo Gabriel. No embate, o general é derrotado.
O último flashback mostra o general na Inglaterra medieval, onde ele procura por Shamira, para que ela o envie ao inferno, uma vez que um colega renegado foi capturado pelo seu rival demônio, Apollyon. Encontrando a feiticeira de En-Dor que vive numa floresta com o povo das fadas, Ablon parte para o Sheol. Quando chega lá entra em combate diretamente com Lúcifer e acaba derrotado. Não consegue salvar a vida de seu amigo renegado e se torna prisioneiro, sendo torturado por 200 anos. Consegue fugir no dia de sua execução pela ajuda do amigo, antigo rei da Atlântida e atual duque do inferno, Orion e da rainha das Sucubbus, Lilith.
Voltando a história realmente, Ablon é procurado por Orion e ele lhe diz que Lúcifer deseja sua presença no inferno para propor uma aliança, já que recentemente os sinais do Apocalipse começaram a acontecer. Esses sinais no plano material se referem a tensões que estão ocorrendo entre dois grupos de países que irão dar início a uma guerra mundial. Ablon decide ir ao inferno, todavia, procura primeiro Shamira e com ela em um ritual consegue duas runas em seus braços. Uma capaz de ressuscitá-lo uma vez caso morra, e outra capaz de conservar sua mente de algum controle que possa sofrer. No inferno nada acontece que o faça lutar, Lúcifer lhe oferece aliança, mas o renegado nega por não confiar no Diabo, uma vez que já fora traído por ele. O arcanjo negro, mesmo assim, o entrega uma chave que liga o inferno a torre de Sion, morada do tirano Miguel.
Ablon volta e percebe que Shamira foi raptada a mando do tirânico. O general não consegue evitar e a única coisa que consegue fazer é observar o misterioso anjo de asas negras que sequestra sua amiga. Esse mesmo anjo havia derrotado sua companheira renegada no passado, Ishtar.
Quando o príncipe dos anjos ordenou que o Salvador fosse morto, o Arcanjo Gabriel se revoltou contra o irmão e se isolou em uma determinada área. Lá ele começou a treinar anjos que não mais aguentavam a tirania de Miguel. Com a ideia de recrutar Ablon para liderar suas tropas contra o irmão, o arcanjo mensageiro envia dois anjos, o ishin Aziel, a Chama Sagrada e a serafim Sieme, a Mestre da Mente. Eles encontram Ablon e partem para Jerusalém, no monte Sinai, lugar que existe uma passagem possível para o general renegado entrar no plano espiritual com seu corpo físico.
O renegado chega ao plano etéreo e encontra Gabriel. O arcanjo mensageiro revela ser o verdadeiro pai do Salvador, ele também possui um enorme exército e entrega a Ablon sua espada, a Flagelo de Fogo. Depois Gabriel também revela que Yahweh nunca estivera dormindo, na verdade ele dissipou a essência ao cosmo para que pudesse ficar sempre próximo de sua criação humana. Passando a liderança dos novos anjos renegados a Ablon, Gabriel dissipa sua essência como Deus também fizera no começo dos tempos.
A batalha do apocalipse começa. Antes ela fora anunciada pelo soar de sete trombetas, sendo que a última somente soará quando a guerra acabar. No plano físico cada toque do instrumento celestial é uma investida de países para o início da guerra nuclear. Os anjos de Ablon enfrentam os anjos de Miguel, o general renegado se infiltra na Fortaleza de Sion.
Ablon encontra Miguel e começa o grande duelo, no entanto, o príncipe dos anjos é muito superior ao renegado. Por fim, Ablon consegue com seu ataque especial, a Ira de Deus, acertar Miguel e derrubá-lo. Mas o general prefere salvar Shamira a executá-lo. Entretanto a feiticeira que está no salão onde eles lutam é falsa, e num momento desprevenido Ablon é ferido gravemente no pescoço por Lúcifer disfarçado e acaba morrendo. Nesse momento se revela que Miguel e Lúcifer sempre estiveram combinados e pretendem se tornar deuses depois do fim do mundo. Tropas do inferno se deslocam do inferno para auxiliar o tirano contra os renegados.
Lúcifer se encontra fraco por ter dado sua energia aos barqueiros do rio Styx para que trouxessem suas tropas do Sheol. Mesmo assim o arcanjo negro decide ajudar na guerra quando seus demônios chegam.
Ablon volta vida por causa da runa de Shamira. Ele retorna muito mais poderoso, com o poder de um arcanjo e derrota por fim, Miguel. Lúcifer enfraquecido é vencido por Aziel e seu mestre Samael. A guerra está para o lado dos renegados que mesmo em menor número, conseguem manter a organização e coragem contras as tropas combinadas de anjos e demônios de Lúcifer e Miguel.
O general renegado vai salvar Shamira e é atacado pelo anjo negro que se revela Apollyon, seu grande rival. Os dois entram em embate. Aziel se prepara para incendiar a torre de Sion. Apollyon possui em seu poder uma espada dos deuses das trevas e a luta fica acirrada até que aos poucos Ablon consegue se sobressair. Vendo que não conseguirá vencer, o anjo negro agarra Ablon e ativa sua mais poderosa técnica com a intenção de explodir em chamas junto com o rival. O general é salvo por Orion que leva seu inimigo preste a explodir para o céu. Apollyon se prepara para atacar o antigo rei de Atlântida, mas estranhamente se vê sem forças para isso. Isso ocorreu por que Shamira encontrou uma pena negra e fez um feitiço de enfraquecimento contra o anjo, mesmo que essa magia não consiga parar a explosão ativada.
Aziel salva Shamira. Apollyon explode destruindo tudo, o plano material se junta ao espiritual e tudo o que sobra são cinzas e destruição. A feiticeira de En-Dor não resiste e morre na explosão, sendo que os únicos sobreviventes são Ablon, Aziel, Samael e Nathanael. Os novos deuses, ordenados por Ablon, decidem voltar o artefato celestial Roda do Tempo e assim mudar o Armagedon. A mente do general renegado é preservada do esquecimento por causa da última runa de Shamira.
O livro termina com Ablon viajando com um carro de luxo junto com Shamira em Portugal. O anjo para e joga fora o Livro da Vida, que mostra os desejos de cada pessoa para o futuro, no mar. Depois juntos, os amantes se vão.

Opinião sobre o livro: Esse livro é demais! Não tem como não perceber a intensa pesquisa histórica realizada por Eduardo Spohr, que é realmente um grande escritor. A jornada de Ablon é envolvente e faz com que o leitor, a cada página, se sinta com uma extrema vontade de continuar lendo. Tudo é muito emocionante, as batalhas, as explicações e o desenrolar dos fatos.
Os pontos negativos são os seguintes. Um que se refere ao fato de Gabriel ser o verdadeiro pai do Salvador, que hora nenhuma é citado como Jesus, isso com certeza deve ter irritado muitos fanáticos religiosos. Apesar de que esse tipo de pessoa nem deve pegar no livro. Mas esse detalhe é bem irrelevante, eu achei bem legal.
Agora um ponto que não gostei foi a questão do livre arbítrio. Tudo bem entender que os anjos não possuem alma, mas em muitas partes Ablon toma decisões que não se referem a uma programação única. Sendo que, se não existisse livre-arbítrio para os anjos, não existiriam os renegados, uma vez que eles, no início, receberam ordens para obedecerem a Miguel. Achei que ficou confusa essa ideia.
Uma última ressalva é o final aberto. Entendo a lógica dessa artimanha e li a justificativa do Eduardo. Entretanto, eu não concordo... Por que eu queria saber o final da cabeça dele.
Nos demais é isso. Os pontos negativos são muito irrelevantes a grandiosidade desse livro que recomendo extremamente. Todos devem ler e prestigiar este ótimo escritor que é Eduardo Spohr, grande referência nacional.


Avaliação Final: Nota 9 (Ótimo)